CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO POLO INDUSTRIAL MINEIRO DE PIROTECNIA

Por volta de 1859, em Santo Antônio do Monte-MG, os irmãos Joaquim Antônio da Silva e Luiz Mezêncio da Silva (Luiz Macota) já fabricavam rojões e magníficos castelos. Luiz Mezêncio da Silva foi apelidado “Macota” por ter “macotado” = ganhado muito dinheiro com foguetes. Hábil e inteligente, dedicou toda a sua vida à arte pirotécnica. De forma artesanal, produzia fogos e pólvora dentro de sua casa, mantendo admirável segurança, não registrando nenhum acidente. Vendia os produtos, transportando-os em carro-de-boi ou carroça. Seu filho, Ricarte Normandia aprendeu todos os segredos da pirotecnia e deu continuidade ao pioneirismo do pai, aperfeiçoando a técnica e ensinando à muita gente, dentre eles o próprio filho, Ricarte Normamdia Filho mais conhecido por Tático. Este a exemplo do avô e do pai, manipulava habilmente os materiais e contribuiu muito para o progresso de nossas industrias de fogos como empregado, técnico e empresário.

João Tomaz da Silva, outro neto de Macota também se tornou fogueteiro.

Outro grande fabricante de foguete foi Conrado Nascimento que aprendeu o ofício com o pai e morava em Pedra do Indaiá, onde produzia fogos de artifício.

Em 1928, mudou-se para Santo Antônio do Monte trazendo enorme bagagem de conhecimentos. Conrado Nascimento foi uma verdadeira escola, sabia fazer incríveis combinações, produzindo efeitos maravilhosos de sons e cores. No período de 1931 até 1940, a família Normandia organizou sociedades, fazendo tentativas de industrialização com Fogos Dois Irmãos, Fogos Primor, Fogos Radiante e Fogos Estrela, apesar de bem organizadas as firmas não tinham registro em cartório.

Geraldo Rodrigues da Costa, juntamente com Artur Trindade criou, em 1945, a primeira indústria legalmente organizada com a denominação de Fogos Record. Assim surgiu a industrialização propriamente dita, gerando empregos e alicerçando um futuro grandioso. Dotado de espírito dinâmico e alta liderança, Geraldo Rodrigues da Costa impulsionou o comércio, colocando viajantes para a venda dos produtos em grande escala por todo o Brasil.

A grande era dos fogos em nosso município aconteceu a partir de 1963. naquela época o industrial paulista Biagino, interessou-se pela expansão de nossas fábricas, trazendo modernas tecnologias. Com ele, veio Manfredo Giudice que influenciou a melhoria das técnicas. Portanto na década de 60, pode-se dizer que aconteceu a “explosão” industrial e no começo de 1970, tínhamos cerca de 30 empresas.

Em 1972, surgiu a Inbrasfogos S/A, resultante da fusão de vinte empresas e empregava aproximadamente 370 funcionários.

Nas últimas décadas o setor se expandiu por várias cidades, sendo criado por Projeto de Lei nº 14201/2002 da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais o Pólo Industrial de Pirotecnia, tendo sua abrangência territorial nas seguintes cidades: Santo Antônio do Monte, Lagoa da Prata, Pedra do Indaiá, Japaraíba, Itapecerica, Arcos, Araújos, Moema e Luz.

Atualmente o Setor de Fogos de Artifício conta com mais de 50 industrias fabricando desde fogos de cores, estampidos, estalos de salão, traques, bombinhas de riscar entre outros, sendo reconhecido como o maior produtor mundial de fogos de artificio depois da China.